domingo, 27 de fevereiro de 2011

Quero...



Quero partir, para longe! Mudar de vida, mudar de ares, sair sem pensar em voltar! Sem deixar qualquer tipo de rasto.
Quero esquecer...algo que não me sai da cabeça á bastante tempo...é involuntário...simplesmente não consigo!
Fugir das memórias que se apoderam do meu ser, da minha alma...quero apagar todas as histórias...todas elas causadoras de sofrimento puro!
Não quero estar mais parada!
Não quero caminhar mais nesta estrada!
Deixar aqui todos os meus pensamentos...
Fugir dos passos que me assombram...
É tudo o que hoje peço! É tudo o que hoje quero!
Quero fugir deste corpo incondicionalmente inexistente...
Fugir desta rotina, deste peso que transporto...
Quero simplesmente fugir pra um sitio onde ninguém se lembre de mim...
Eu quero, eu presiso, eu necessito!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

...


Porque é que será que nunca me apercebo de quando estou bem e feliz?
Porqué é que tenho algo á minha frente e nem se quer me consigo aperceber disso?
E porque é que será que só quando sinto que estou a perder é que sei que afinal estava bem...que afinal queria...que afinal era feliz...mas porque?
Porque é que nunca vou a tempo?
tenho o tempo desregulado...
Na minha cabeça nada faz sentido...quando tenho tudo nem sei o que tenho...não dou valor...e depois quando fico sem nada nas mãos sinto-me presa num buraco bem fundo...de onde é dificil sair... e onde é dificil sobreviver...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Factos


Escrevo aqui tudo o que os meus lábios não conseguem soletrar…porque é mais fácil escrever do que dizer.
Desde criança que aprendi que a família estava em primeiro lugar, que na família estão os principais elementos, aqueles que nos querem bem, e esse é o principal objectivo da educação familiar.
Contudo, eu fui crescendo e fui-me apercebendo da realidade em que vivo, talvez enquanto criança inocente o meu mundo fosse perfeito, mas agora que já sou uma mulher ele se transformou em algo sem definição.
Sem amor a cultura familiar não se torna possível…muitas vezes eu sinto-me frustrada, quero dizer ou fazer algo que não posso pois sei que iria magoar alguém. Mas o que mais me revolta é ter que fingir ter sentimentos puros por alguém a quem na realidade não tenho, se calhar deveria ter visto que a família é a base do meu desenvolvimento…mas a verdade é que nem todos os elementos familiares fizeram parte desse mesmo desenvolvimento, do meu crescimento e aperfeiçoamento enquanto pessoa.
O grau parentesco que têm na realidade não é compatível com aquele que me transmitem, desde criança que ouve sempre falta de algo, algo que não me ofereciam com um sorriso na cara, mas que outras pessoas faziam isso na perfeição…com o passar dos anos fui-me apercebendo destes factos…ouvi histórias, ouvi conversas, vi sorrisos cínicos, abraços falsos…sentimentos manifestados por pura conveniência. Para mim era necessário que “eles” me amassem…mas nunca fizeram a transmissão desse sentimento…eu até percebo, percebo que até o possam não saber fazer…eu também não sou a pessoa mais carinhosa do mundo, mas á sempre uma forma, sempre uma maneira…
Neste caso, o amor que deveria existir nunca foi transmitido de nenhuma forma, de nenhuma maneira. Existem outras pessoas que nutrem esse amor por mim, que acompanharam o meu crescimento, que estiverem sempre prontas a ajudar! Por essas sim eu tenho a certeza que nutro um amor bom, um amor verdadeiro, um amor belo! E estou sobretudo imensamente grata! Não sei bem qual é o meu objectivo na vida, a minha função, mas sei que quero bem a quem também mo quer a mim…e “eles” que não fizeram o bem a quem mo faz a mim, da minha parte não merece nem o nome nem o grau de parentesco que têm. Como é que posso abraçar essas pessoas com um sorriso na cara? Como é que posso lhes chamar aquilo que eles querem ouvir? … Não o são, nunca foram, nem o serão...
Odeio cinismo e o que mais vejo da parte deles para comigo é isso… eu não quero fazer igual! Por mais que tente porque alguém que me é importante e me costuma pedir para me esforçar, eu não consigo… não consigo! Porque tenho raiva dentro de mim, tenho um nó na garganta, um nó que não me deixa falar, um nó que me transtorna… Eu sei dar valor ás pessoas que mo dão a mim…mas “eles”? “Eles”, nem se quer sabem quais são as coisas mais importantes para mim, aquilo que mais gosto de fazer, a minha comida preferida, não conhecem os meus amigos, nunca foram a uma festinha da escola! Como posso eu transmitir amor por essas pessoas?
Posso um dia talvez, quando forem mais velhinhos e não forem os mesmos, posso ter paciência e compreender, posso fazer isso com custo mas posso faze-lo pelas pessoas que me amam e que gostavam de ver um sentimento bonito da minha parte para com eles…sentimento não prometo…mas posso fazer um acto bonito…faço não por “eles” mas pelos tais que merecem…

Lamento tudo isto, mas a expectativa que tinha não é o resultado obtido é apenas um FACTO!